segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Espelho não me Prova que Envelheço


Willian Shakespeare

O espelho não me prova que envelheço
Enquanto andares par com a mocidade;
Mas se de rugas vir teu rosto impresso,
Já sei que a Morte a minha vida invade.

Pois toda essa beleza que te veste
Vem de meu coração, que é teu espelho;
O meu vive em teu peito, e o teu me deste:
Por isso como posso ser mais velho?

Portanto, amor, tenhas de ti cuidado
Que eu, não por mim, antes por ti, terei;
Levar teu coração, tão desvelado
Qual ama guarda o doce infante, eu hei.

E nem penses em volta, morto o meu,
Pois para sempre é que me deste o teu.

Tradução Ivo Barroso

sábado, 4 de junho de 2011

Retrato do poeta quando jovem (José Saramago)


Há na memória um rio onde navegam
Os barcos da infância, em arcadas
De ramos inquietos que despregam
Sobre as águas as folhas recurvadas.

Há um bater de remos compassado
No silêncio da lisa madrugada,
Ondas brancas se afastam para o lado
Com o rumor da seda amarrotada.

Há um nascer do sol no sítio exacto,
À hora que mais conta duma vida,
Um acordar dos olhos e do tacto,
Um ansiar de sede inextinguida.

Há um retrato de água e de quebranto
Que do fundo rompeu desta memória,
E tudo quanto é rio abre no canto
Que conta do retrato a velha história.


(In OS POEMAS POSSÍVEIS, Editorial CAMINHO, Lisboa, 1981. 3ª edição)

sexta-feira, 27 de maio de 2011

Reta Final


Estou chegando ao final de um ciclo muito importante na minha vida. E como todo final ele vem cheio de surpresas, aflições e incertezas.
Mas tenho consciência que este fim de ciclo significa o começo de algo novo. Um novo ciclo cheio de descobertas a serem conquistadas, esperanças, alegrias e amor.
Algum tempo atrás não me imaginaria onde estou e agora cheguei aqui, também não posso vislumbras o que o futuro me reserva.
Tudo que conquistei e que vou conquistar só tenho a agradecer aos Deuses.
Muito Obrigada por Tudo!