O Enterrado Vivo | ||||
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domingo, 30 de novembro de 2008
Uma criatura
Sei de uma criatura antiga e formidável,
Que a si mesma devora os membros e as entranhas,
Com a sofreguidão da fome insaciável.
Habita juntamente os vales e as montanhas;
E no mar, que se rasga, à maneira de abismo,
Espreguiça-se toda em convulsões estranhas.
Traz impresso na fronte o obscuro despotismo.
Cada olhar que despede, acerbo e mavioso,
Parece uma expansão de amor e de egoísmo.
Friamente contempla o desespero e o gozo,
Gosta do colibri, como gosta do verme,
E cinge ao coração o belo e o monstruoso.
Para ela o chacal é, como a rola, inerme;
E caminha na terra imperturbável, como
Pelo vasto areal um vasto paquiderme.
Na árvore que rebenta o seu primeiro gomo
Vem a folha, que lento e lento se desdobra,
Depois a flor, depois o suspirado pomo.
Pois esta criatura está em toda a obra;
Cresta o seio da flor e corrompe-lhe o fruto;
E é nesse destruir que as forças dobra.
Ama de igual amor o poluto e o impoluto;
Começa e recomeça uma perpétua lida,
E sorrindo obedece ao divino estatuto.
Tu dirás que é a Morte; eu direi que é a Vida.
Livros e flores
Teus olhos são meus livros.
Que livro há aí melhor,
Em que melhor se leia
A página do amor?
Flores me são teus lábios.
Onde há mais bela flor,
Em que melhor se beba
O bálsamo do amor?
Flor da mocidade

Machado de Assis
Eu conheço a mais bela flor;
És tu, rosa da mocidade,
Nascida aberta para o amor.
Eu conheço a mais bela flor.
Tem do céu a serena cor,
E o perfume da virgindade.
Eu conheço a mais bela flor,
És tu, rosa da mocidade.
Vive às vezes na solidão,
Como filha da brisa agreste.
Teme acaso indiscreta mão;
Vive às vezes na solidão.
Poupa a raiva do furacão
Suas folhas de azul celeste.
Vive às vezes na solidão,
Como filha da brisa agreste.
Colhe-se antes que venha o mal,
Colhe-se antes que chegue o inverno;
Que a flor morta já nada val.
Colhe-se antes que venha o mal.
Quando a terra é mais jovial
Todo o bem nos parece eterno.
Colhe-se antes que venha o mal,
Colhe-se antes que chegue o inverno.
terça-feira, 25 de novembro de 2008
segunda-feira, 24 de novembro de 2008

"Sozinha, meu pensamento focaliza alguém...
Deixa-o livre... e de repente meu coração aperta
Mas não estou triste, pelo contrário...
Até deixo escapar um sorriso...
Comer não me parece tão importante agora...
Me sinto alimentado por outra coisa...
Acordo sempre com os mesmos pensamentos...
E os mesmos me impulsionam a ter um grande dia...
Quando te vejo sinto coisas estranhas... mas boas...
Quando falo com você minha cabeça pensa direitO...
Mas minhas palavRas saem embaralhadas...
Por que minhas mãos estão suando ?
Sozinha meu pensamentO focaliza em alguém...
Esse alguém é vOcê...
É, estou amandO..."
terça-feira, 18 de novembro de 2008
Volver
Reviram os armários feito doida,
E meu desejo desaforado
Emerge do nada, meio engasgado,
Balbucio palavras sem nexo,
Rolo na cama a procura
De um faz de conta e sexo,
Queimo as cortinas de renda
Que tu me deste naquela
Tarde vermelha e celeste,
Espero que tu me entendas
Porque forcei tua porta
Abrindo fendas,
foi pra te fazer saber
o que deveras arde
ao cair de cada tarde,
Então sou febre ao anoitecer.
Maria Júlia Pontes
Sexo Utópico
desejo litúrgico
nos beijos tímidos
em seus olhos límpidos
nos sorrisos íntimos.
o silêncio tórrido
nos verbos implícitos,
meus dedos líricos
no músculo túrgido:
encontro cósmico,
gozo místico.
sábado, 15 de novembro de 2008
É pura ilusão
Não adianta eu sorrir, sem alma para aguentar o sofrimento que esta dor, em mim aposentou tanto amor tanta paixão, cegou o meu coração, pois só agora entendi, é pura ilusão…
É pura ilusão….
Me esbarrei e enfrentei, me perdi e me encontrei, pois sou mulher! E as promessas que fizeste, pouco a pouco esquecerei, as damas por ilusão…
É pura ilusão….
sexta-feira, 14 de novembro de 2008

Vaguei por estradas
Antes nunca tinha pensado