Uma parte de mim
é todo mundo:
outra parte é ninguém:
fundo sem fundo.
uma parte de mim
é multidão:
outra parte estranheza
e solidão.
Uma parte de mim
pesa, pondera:
outra parte
delira.
Uma parte de mim
é permanente:
outra parte
se sabe de repente.
Uma parte de mim
é só vertigem:
outra parte,
linguagem.
Traduzir-se uma parte
na outra parte
- que é uma questão
de vida ou morte -
será arte?
Um comentário:
Querida amiga,
Que lindas linhas...então, só um mestre como Fereira Gullar, falaria tão bem de mim assim...hum, eu me achei, eu me encontrei...ah, me emoncionei!!
Lindo, lindo!! Parabéns!!
Bom feriado...
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