Lina de Villar
segunda-feira, 15 de dezembro de 2008
Recomeço
Lina de Villar
domingo, 14 de dezembro de 2008
Saudades...
Saudades até dos momentos de lágrima, da angústia, das vésperas de finais de semana, de finais de ano, enfim... do companheirismo vivido.
Sempre pensei que as amizades continuassem para sempre. Hoje não tenho mais tanta certeza disso. Em breve cada um vai pra seu lado, seja pelo destino, ou por algum desentendimento, segue a sua vida, talvez continuemos a nos encontrar quem sabe...
Podemos nos telefonar, conversar algumas bobagens... Aí os dias vão passar, meses... anos... até este contato tornar-se cada vez mais raro.
Vamos nos perder no tempo... Um dia nossos filhos verão aquelas fotografias e perguntarão?
Quem são aquelas pessoas? Diremos... Que eram nossos amigos. E... isso vai doer tanto! Foram meus amigos, foi com eles que vivi os melhores anos de minha vida!
A saudade vai apertar bem dentro do peito. Vai dar uma vontade de ligar, ouvir aquelas vozes novamente... Quando o nosso grupo estiver incompleto.. . nos reuniremos para um ultimo adeus de um amigo. E entre lágrima nos abraçaremos.
Faremos promessas de nos encontrar mais vezes daquele dia em diante. Por fim, cada um vai para o seu lado para continuar a viver a sua vidinha isolada do passado.
E nos perderemos no tempo... Por isso, fica aqui um pedido deste humilde amigo: não deixes que a vida passe em branco, e que pequenas adversidades seja a causa de grandes tempestades. ..
Eu poderia suportar, embora não sem dor, que tivessem morrido todos os meus amores, mas enlouqueceria se morressem todos os meus amigos!"
terça-feira, 9 de dezembro de 2008
- Fernando Pessoa, 13-1-1920.
Outros terão
Um lar, quem saiba, amor, paz, um amigo.
A inteira, negra e fria solidão
Está comigo.
A outros talvez
Há alguma coisa quente, igual, afim
No mundo real. Não chega nunca a vez
Para mim.
"Que importa?"
Digo, mas só Deus sabe que o não creio.
Nem um casual mendigo à minha porta
Sentar-se veio.
"Quem tem de ser?"
Não sofre menos quem o reconhece.
Sofre quem finge desprezar sofrer
Pois não esquece.
Isto até quando?
Só tenho por consolação
Que os olhos se me vão acostumando
À escuridão.
domingo, 7 de dezembro de 2008
Tears Dry On Their Own (Tradução) Amy Winehouse
Minhas Lágrimas Secam Por Si Só
Tudo que posso ser pra você é um erro, nós sabemos
E a esse arrependimento
eu tive que me acostumar
Uma vez eu estava tão certa
Quando a gente estava alto
Esperando por você no hotel de noite
Eu soube que não encontraria meu futuro marido
Mas a qualquer hora podemos dar uma rapidinha
Não sei porque fiquei tão gamada
É minha responsabilidade
Você não me deve nada
Mas pra ir embora eu não tive capacidade
Ele vai embora
O sol se põe
Ele leva o dia consigo
Mas já sou crescida
Nessa tarde chuvosa
Nessa sombra azulada
Minhas lágrimas secam por si sós
Não consigo entender
Por que eu estresso os homens
Quando existem tantas coisas melhores ao alcance
Nunca deveríamos ter tido nada
Tínhamos que ter deixado pra lá
então isso é uma retirada inevitável
Mesmo se eu parar de te querer
Uma perspectiva acaba
Serei a próxima de um outro cara ou garota em breve
Não deveria me masturbar outra vez
Deveria ser minha melhor amiga nessas horas
E não ficar me imaginando transando com um cara estúpido
Ele vai embora
O sol se põe
Ele leva o dia consigo
Mas já sou crescida
Nessa tarde chuvosa
Nessa sombra azulada
Minhas lágrimas secam por si sós
Então somos história
Sua sombra me encobre
Uma luz no céu acima de nós
que apenas quem ama consegue ver
Ele vai embora
O sol se põe
Ele leva o dia consigo
Mas já sou crescida
Nessa tarde chuvosa
Nessa sombra azulada
Minhas lágrimas secam por si sós
Gostaria de dizer "sem arrependimento"
e sem sentimentos mal resolvidos
Porque assim que a gente se beijar o sol se põe
E nós seremos história
E a sombra me encobre
Uma luz no céu acima de nós
que apenas quem ama consegue ver
Ele vai embora
O sol se põe
Ele leva o dia consigo
Mas já sou crescida
Nessa tarde chuvosa
Nessa sombra azulada
Minhas lágrimas secam por si sós
Ele vai embora
O sol se põe
Ele leva o dia consigo
Mas já sou crescida
Nessa tarde chuvosa
Nessa sombra azulada
Minhas lágrimas secam
Os dois horizontes
Um horizonte, — a saudade
Do que não há de voltar;
Outro horizonte, — a esperança
Dos tempos que hão de chegar;
No presente, — sempre escuro, —
Vive a alma ambiciosa
Na ilusão voluptuosa
Do passado e do futuro.
Os doces brincos da infância
Sob as asas maternais,
O vôo das andorinhas,
A onda viva e os rosais.
O gozo do amor, sonhado
Num olhar profundo e ardente,
Tal é na hora presente
O horizonte do passado.
Ou ambição de grandeza
Que no espírito calou,
Desejo de amor sincero
Que o coração não gozou;
Ou um viver calmo e puro
À alma convalescente,
Tal é na hora presente
O horizonte do futuro.
No breve correr dos dias
Sob o azul do céu, — tais são
Limites no mar da vida:
Saudade ou aspiração;
Ao nosso espírito ardente,
Na avidez do bem sonhado,
Nunca o presente é passado,
Nunca o futuro é presente.
Que cismas, homem? — Perdido
No mar das recordações,
Escuto um eco sentido
Das passadas ilusões.
Que buscas, homem? — Procuro,
Através da imensidade,
Ler a doce realidade
Das ilusões do futuro.
Dous horizontes fecham nossa vida.
Machado de Assis
segunda-feira, 1 de dezembro de 2008
AMIZADE VERDADEIRA!!!!
Tem que ter brilho questionador e tonalidade inquietante.
A mim não interessam os bons de espírito nem os maus de hábitos.
Fico com aqueles que fazem de mim louco e santo.
Deles não quero resposta, quero meu avesso.
Que me tragam dúvidas e angústias e agüentem o que há de pior em mim.
Para isso, só sendo louco.
Quero os santos, para que não duvidem das diferenças e peçam perdão pelas injustiças.
Escolho meus amigos pela alma lavada e pela cara exposta.
Não quero só o ombro e o colo, quero também sua maior alegria.
Amigo que não ri junto, não sabe sofrer junto.
Meus amigos são todos assim: metade bobeira, metade seriedade.
Não quero risos previsíveis, nem choros piedosos.
Quero amigos sérios, daqueles que fazem da realidade sua fonte de aprendizagem, mas lutam para que a fantasia não desapareça.
Não quero amigos adultos nem chatos.
Quero-os metade infância e outra metade velhice!
Crianças, para que não esqueçam o valor do vento no rosto; e velhos, para que nunca tenham pressa.
Tenho amigos para saber quem eu sou.
Pois os vendo loucos e santos, bobos e sérios, crianças e velhos, nunca me esquecerei de que "normalidade" é uma ilusão imbecil e estéril."
Oscar Wilde