segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

Recomeço

Sofri por te querer.
Fui feliz sem saber.
Caí em desgraça ...
seu adeus foi fatal.
Nasci para amar,
e viver é a razão.
Se o amor me abandona,
não posso chorar.
Preciso de algo
que me dê a razão.
Preciso amar
e amar só você.
Quero teu sim
pra voltar a viver.
Recomeçar.
Te querer,
te amar.

Lina de Villar

domingo, 14 de dezembro de 2008

Saudades...


Fernando Pessoa
"Um dia a maioria de nós irá se separar. Sentiremos saudades de todas as conversas jogadas fora, as descobertas que fizemos, dos sonhos que tivemos, dos tantos risos e momentos que compartilhamos.

Saudades até dos momentos de lágrima, da angústia, das vésperas de finais de semana, de finais de ano, enfim... do companheirismo vivido.

Sempre pensei que as amizades continuassem para sempre. Hoje não tenho mais tanta certeza disso. Em breve cada um vai pra seu lado, seja pelo destino, ou por algum desentendimento, segue a sua vida, talvez continuemos a nos encontrar quem sabe...

Podemos nos telefonar, conversar algumas bobagens... Aí os dias vão passar, meses... anos... até este contato tornar-se cada vez mais raro.

Vamos nos perder no tempo... Um dia nossos filhos verão aquelas fotografias e perguntarão?
Quem são aquelas pessoas? Diremos... Que eram nossos amigos. E... isso vai doer tanto! Foram meus amigos, foi com eles que vivi os melhores anos de minha vida!

A saudade vai apertar bem dentro do peito. Vai dar uma vontade de ligar, ouvir aquelas vozes novamente... Quando o nosso grupo estiver incompleto.. . nos reuniremos para um ultimo adeus de um amigo. E entre lágrima nos abraçaremos.

Faremos promessas de nos encontrar mais vezes daquele dia em diante. Por fim, cada um vai para o seu lado para continuar a viver a sua vidinha isolada do passado.

E nos perderemos no tempo... Por isso, fica aqui um pedido deste humilde amigo: não deixes que a vida passe em branco, e que pequenas adversidades seja a causa de grandes tempestades. ..

Eu poderia suportar, embora não sem dor, que tivessem morrido todos os meus amores, mas enlouqueceria se morressem todos os meus amigos!"

terça-feira, 9 de dezembro de 2008

    Outros terão
    Um lar, quem saiba, amor, paz, um amigo.
    A inteira, negra e fria solidão
    Está comigo.

    A outros talvez
    Há alguma coisa quente, igual, afim
    No mundo real. Não chega nunca a vez
    Para mim.

    "Que importa?"
    Digo, mas só Deus sabe que o não creio.
    Nem um casual mendigo à minha porta
    Sentar-se veio.

    "Quem tem de ser?"
    Não sofre menos quem o reconhece.
    Sofre quem finge desprezar sofrer
    Pois não esquece.

    Isto até quando?
    Só tenho por consolação
    Que os olhos se me vão acostumando
    À escuridão.

    Fernando Pessoa, 13-1-1920.

domingo, 7 de dezembro de 2008

Tears Dry On Their Own (Tradução) Amy Winehouse

Minhas Lágrimas Secam Por Si Só

Tudo que posso ser pra você é um erro, nós sabemos
E a esse arrependimento
eu tive que me acostumar
Uma vez eu estava tão certa
Quando a gente estava alto
Esperando por você no hotel de noite
Eu soube que não encontraria meu futuro marido
Mas a qualquer hora podemos dar uma rapidinha
Não sei porque fiquei tão gamada
É minha responsabilidade
Você não me deve nada
Mas pra ir embora eu não tive capacidade

Ele vai embora
O sol se põe
Ele leva o dia consigo
Mas já sou crescida
Nessa tarde chuvosa
Nessa sombra azulada
Minhas lágrimas secam por si sós

Não consigo entender
Por que eu estresso os homens
Quando existem tantas coisas melhores ao alcance
Nunca deveríamos ter tido nada
Tínhamos que ter deixado pra lá
então isso é uma retirada inevitável
Mesmo se eu parar de te querer
Uma perspectiva acaba
Serei a próxima de um outro cara ou garota em breve
Não deveria me masturbar outra vez
Deveria ser minha melhor amiga nessas horas
E não ficar me imaginando transando com um cara estúpido

Ele vai embora
O sol se põe
Ele leva o dia consigo
Mas já sou crescida
Nessa tarde chuvosa
Nessa sombra azulada
Minhas lágrimas secam por si sós

Então somos história
Sua sombra me encobre
Uma luz no céu acima de nós
que apenas quem ama consegue ver

Ele vai embora
O sol se põe
Ele leva o dia consigo
Mas já sou crescida
Nessa tarde chuvosa
Nessa sombra azulada
Minhas lágrimas secam por si sós

Gostaria de dizer "sem arrependimento"
e sem sentimentos mal resolvidos
Porque assim que a gente se beijar o sol se põe
E nós seremos história
E a sombra me encobre
Uma luz no céu acima de nós
que apenas quem ama consegue ver

Ele vai embora
O sol se põe
Ele leva o dia consigo
Mas já sou crescida
Nessa tarde chuvosa
Nessa sombra azulada
Minhas lágrimas secam por si sós

Ele vai embora
O sol se põe
Ele leva o dia consigo
Mas já sou crescida
Nessa tarde chuvosa
Nessa sombra azulada
Minhas lágrimas secam

Os dois horizontes

Dous horizonte fecham nossa vida:


Um horizonte, — a saudade
Do que não há de voltar;
Outro horizonte, — a esperança
Dos tempos que hão de chegar;
No presente, — sempre escuro, —
Vive a alma ambiciosa
Na ilusão voluptuosa
Do passado e do futuro.


Os doces brincos da infância
Sob as asas maternais,
O vôo das andorinhas,
A onda viva e os rosais.
O gozo do amor, sonhado
Num olhar profundo e ardente,
Tal é na hora presente
O horizonte do passado.


Ou ambição de grandeza
Que no espírito calou,
Desejo de amor sincero
Que o coração não gozou;
Ou um viver calmo e puro
À alma convalescente,
Tal é na hora presente
O horizonte do futuro.


No breve correr dos dias
Sob o azul do céu, — tais são
Limites no mar da vida:
Saudade ou aspiração;
Ao nosso espírito ardente,
Na avidez do bem sonhado,
Nunca o presente é passado,
Nunca o futuro é presente.


Que cismas, homem? — Perdido
No mar das recordações,
Escuto um eco sentido
Das passadas ilusões.
Que buscas, homem? — Procuro,
Através da imensidade,
Ler a doce realidade
Das ilusões do futuro.


Dous horizontes fecham nossa vida.

Machado de Assis

segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

AMIZADE VERDADEIRA!!!!

"Escolho meus amigos não pela pele ou outro 'arquétipo' qualquer, mas pela pupila.
Tem que ter brilho questionador e tonalidade inquietante.
A mim não interessam os bons de espírito nem os maus de hábitos.
Fico com aqueles que fazem de mim louco e santo.
Deles não quero resposta, quero meu avesso.
Que me tragam dúvidas e angústias e agüentem o que há de pior em mim.
Para isso, só sendo louco.
Quero os santos, para que não duvidem das diferenças e peçam perdão pelas injustiças.
Escolho meus amigos pela alma lavada e pela cara exposta.
Não quero só o ombro e o colo, quero também sua maior alegria.
Amigo que não ri junto, não sabe sofrer junto.
Meus amigos são todos assim: metade bobeira, metade seriedade.
Não quero risos previsíveis, nem choros piedosos.
Quero amigos sérios, daqueles que fazem da realidade sua fonte de aprendizagem, mas lutam para que a fantasia não desapareça.
Não quero amigos adultos nem chatos.
Quero-os metade infância e outra metade velhice!
Crianças, para que não esqueçam o valor do vento no rosto; e velhos, para que nunca tenham pressa.
Tenho amigos para saber quem eu sou.
Pois os vendo loucos e santos, bobos e sérios, crianças e velhos, nunca me esquecerei de que "normalidade" é uma ilusão imbecil e estéril."

Oscar Wilde

domingo, 30 de novembro de 2008

O Enterrado Vivo
É sempre no passado aquele orgasmo,
é sempre no presente aquele duplo,
é sempre no futuro aquele pânico.

É sempre no meu peito aquela garra.
É sempre no meu tédio aquele aceno.
É sempre no meu sono aquela guerra.

É sempre no meu trato o amplo distrato.
Sempre na minha firma a antiga fúria.
Sempre no mesmo engano outro retrato.

É sempre nos meus pulos o limite.
É sempre nos meus lábios a estampilha.
É sempre no meu não aquele trauma.

Sempre no meu amor a noite rompe.
Sempre dentro de mim meu inimigo.
E sempre no meu sempre a mesma ausência.
Autor: Carlos Drummond de Andrade


Uma criatura

Machado de Assis

Sei de uma criatura antiga e formidável,
Que a si mesma devora os membros e as entranhas,
Com a sofreguidão da fome insaciável.


Habita juntamente os vales e as montanhas;
E no mar, que se rasga, à maneira de abismo,
Espreguiça-se toda em convulsões estranhas.


Traz impresso na fronte o obscuro despotismo.
Cada olhar que despede, acerbo e mavioso,
Parece uma expansão de amor e de egoísmo.


Friamente contempla o desespero e o gozo,
Gosta do colibri, como gosta do verme,
E cinge ao coração o belo e o monstruoso.


Para ela o chacal é, como a rola, inerme;
E caminha na terra imperturbável, como
Pelo vasto areal um vasto paquiderme.


Na árvore que rebenta o seu primeiro gomo
Vem a folha, que lento e lento se desdobra,
Depois a flor, depois o suspirado pomo.


Pois esta criatura está em toda a obra;
Cresta o seio da flor e corrompe-lhe o fruto;
E é nesse destruir que as forças dobra.


Ama de igual amor o poluto e o impoluto;
Começa e recomeça uma perpétua lida,
E sorrindo obedece ao divino estatuto.
Tu dirás que é a Morte; eu direi que é a Vida.

Livros e flores

Machado de Assis


Teus olhos são meus livros.
Que livro há aí melhor,
Em que melhor se leia
A página do amor?


Flores me são teus lábios.
Onde há mais bela flor,
Em que melhor se beba
O bálsamo do amor?

Flor da mocidade


Machado de Assis


Eu conheço a mais bela flor;
És tu, rosa da mocidade,
Nascida aberta para o amor.
Eu conheço a mais bela flor.
Tem do céu a serena cor,
E o perfume da virgindade.
Eu conheço a mais bela flor,
És tu, rosa da mocidade.


Vive às vezes na solidão,
Como filha da brisa agreste.
Teme acaso indiscreta mão;
Vive às vezes na solidão.
Poupa a raiva do furacão
Suas folhas de azul celeste.
Vive às vezes na solidão,
Como filha da brisa agreste.


Colhe-se antes que venha o mal,
Colhe-se antes que chegue o inverno;
Que a flor morta já nada val.
Colhe-se antes que venha o mal.
Quando a terra é mais jovial
Todo o bem nos parece eterno.
Colhe-se antes que venha o mal,
Colhe-se antes que chegue o inverno.


terça-feira, 25 de novembro de 2008

Lambusas-te na delícia do meu clitóris..
Arrepias-me!
Quando em delírio violento
Teu penis rasga-me as entranhas
Num ritmo desenfreado, sacío meu desejo
Que mesmo agora ainda o vejo
E sinto o ardor
O sugar,
O morder,
O mamar,
O beijar...

segunda-feira, 24 de novembro de 2008


"Sozinha, meu pensamento focaliza alguém...
Deixa-o livre... e de repente meu coração aperta
Mas não estou triste, pelo contrário...
Até deixo escapar um sorriso...
Comer não me parece tão importante agora...
Me sinto alimentado por outra coisa...
Acordo sempre com os mesmos pensamentos...
E os mesmos me impulsionam a ter um grande dia...
Quando te vejo sinto coisas estranhas... mas boas...
Quando falo com você minha cabeça pensa direitO...
Mas minhas palavRas saem embaralhadas...
Por que minhas mãos estão suando ?
Sozinha meu pensamentO focaliza em alguém...
Esse alguém é vOcê...

É, estou amandO..."

terça-feira, 18 de novembro de 2008

Volver

Nas noites que minha saudade
Reviram os armários feito doida,
E meu desejo desaforado
Emerge do nada, meio engasgado,

Balbucio palavras sem nexo,
Rolo na cama a procura
De um faz de conta e sexo,

Queimo as cortinas de renda
Que tu me deste naquela
Tarde vermelha e celeste,

Espero que tu me entendas
Porque forcei tua porta
Abrindo fendas,

foi pra te fazer saber
o que deveras arde
ao cair de cada tarde,
Então sou febre ao anoitecer.

Maria Júlia Pontes

Sexo Utópico

Barbara Hansen


desejo litúrgico
nos beijos tímidos
em seus olhos límpidos
nos sorrisos íntimos.
o silêncio tórrido
nos verbos implícitos,
meus dedos líricos
no músculo túrgido:
encontro cósmico,
gozo místico.

sábado, 15 de novembro de 2008

É pura ilusão

Tanta coisa eu tentei, mas todo o sacrifico foi em vão, esse desespero em mim pouco a pouco abafou o sentimento...
Não adianta eu sorrir, sem alma para aguentar o sofrimento que esta dor, em mim aposentou tanto amor tanta paixão, cegou o meu coração, pois só agora entendi, é pura ilusão…
É pura ilusão….
Me esbarrei e enfrentei, me perdi e me encontrei, pois sou mulher! E as promessas que fizeste, pouco a pouco esquecerei, as damas por ilusão…
É pura ilusão….

sexta-feira, 14 de novembro de 2008


Vaguei por estradas

Antes nunca tinha pensado

Que descobrira

Um mundo assim

Não fazia idéia que existia

O meu mundo

Antes de apareceres

Era negro, escuro

Nada seguia

Para à frente

Andava sempre tudo

Para trás

Tudo me corria mal

Ate que um dia

Numa manha

Cinzenta...

Passas te por mim

Deste-me um encontrão

Olhe-.te nos olhos

Com um olhar serrado

Cheio de tristeza

Tu sorriste

Olha-.te para mim

Com um olhar meigo

E foi ai que me

Percebi que tu

Estavas a dar cor

À minha vida

Assim sem mais nem menos

Fez-se luz no meu mundo

Tudo ganhou cor

Tudo seguiu em frente

E a mim?!...

Só me restava ser feliz contigo.

segunda-feira, 20 de outubro de 2008

Eu só quero dizer uma coisa para você. MUITO OBIGADA!!!
Por me ensinar o verdadeiro e puro amor.

segunda-feira, 15 de setembro de 2008

A felicidade


Tristeza não tem fim Felicidade sim
A felicidade é como a gota

De orvalho numa pétala de flor

Brilha tranqüila

Depois de leve oscila

E cai como uma lágrima de amor

A felicidade do pobre parece

A grande ilusão do carnaval
A gente trabalha o ano inteiro

Por um momento de sonho

Pra fazer a fantasia

De rei ou de pirata ou jardineira

Pra tudo se acabar na quarta-feira

Tristeza não tem fim

Felicidade sim
A felicidade é como a pluma

Que o vento vai levando pelo ar

Voa tão leve

Mas tem a vida breve
Precisa que haja vento sem parar

A minha felicidade está sonhando
Nos olhos da minha namorada
É como esta noite, passando, passando
Em busca da madrugada

Falem baixo, por favor


Pra que ela acorde alegre com o dia

Oferecendo beijos de amor


in Poesia completa e prosa: "Cancioneiro" Vinicius de Moraes

sábado, 30 de agosto de 2008


Tenho raiva de você, por me fazer parecer tola.
Por me fazer sentir viva.
Por me fazer te amar.
Quero ir embora te esquecer,
Melhor dizendo fugir de você.
Não te culpo por nada,
dizem que o amor é como o vento
basta um brechinha, para que ele entre e tire tudo do lugar.

Hoje essa brechinha se tornou um rombo, minha vida está um caos, não sei o que fazer.

Que baita confusão, nem eu mesmo me entendo,

imagina quem ler isto.



domingo, 24 de agosto de 2008

COMO DIZER QUE TE AMO

Umas simples palavras, mas que são tão difíceis de dizer. Porque, eu não sei. Saio de casa decidida - Hoje vou contar para ele o que estou sentindo - Mas quando fico frente á frente com seus olhos, sua juventude e a grandeza de sua alma. Me sinto pequena perto de você, mesquinha por querer você só para mim. Parece piegas, mas não tenho vergonha disso, a única coisa que tenho vergonha, é de não ter coragem de te falar a verdade. Hoje, por exemplo, poderia ter falado, mas eu não sei o que me acontece, você falou: "Olha nos meus olhos e me diz o que está acontecendo..." E eu me acovardei mais uma vez. Não sei se é o medo de ser feliz, ou de te perder, mas acho que é mais o medo de te perder, porque se eu te disser a verdade e você me rejeitar, não poderemos nem ser amigos. Minha esperança é que já que estão acontecendo tantas mudanças em minha vida, eu consiga superar isso e um dia olhar para traz e não me arrepender de nada.

quinta-feira, 21 de agosto de 2008

Mudanças e Crises


As mudanças e as crises vivem juntos.
A mudança é o passo posterior a crise.
E a crise é a ação que nos obriga a se movimentar.
Neste exato momento estou passando por crises e mudanças. E graças a essas crises estou me descobrindo, pude ver o quanto estava presa a momentos da minha vida, que foram bons, mas que já passaram.
No primeiro momento foi um impacto, tive que desconstruir a imagem que tinha de mim mesmo. Quando essa imagem caiu, me senti nua e vi que não sei quem sou. Depois desse momento inicial a única coisa que tenho certeza é que sai do estado de inércia e estou pronta para as mudanças.
E o mais importante, não estou com medo.

INVICTO

Além da noite a me proteger
Escura como o Inferno de pólo a pólo
Dou graças a quanto os deuses possam ser
Para a minha inconquistável alma.

Nas garras cruéis da circunstância
Não recuei nem de mim cresceu um grito.
Sob os golpes da sorte que o alcançam
O meu crânio sangra insubmisso.

Para além deste lugar de choro e ira
Avulta tão-somente o horror das trevas,
E a ameaça dos anos, apesar disso,
me encontra, e encontrará, mais destemido.

Não importa quão estreito o portão,
Quão carregada a sentença de castigos,
Sou eu o senhor do meu destino;
Sou eu da minha alma o capitão.

William Ernest Henley

terça-feira, 12 de agosto de 2008

Uma flor de lótus para você meu grande amigo


No dia em que a flor de lótus desabrochou
A minha mente vagava, e eu não a percebi.
Minha cesta estava vazia e a flor ficou esquecida.
Somente agora e novamente, uma tristeza caiu sobre mim.
Acordei do meu sonho sentindo o doce rastro
De um perfume no vento sul.
Essa vaga doçura fez o meu coração doer de saudade.
Pareceu-me ser o sopro ardente no verão,
procurando completar-se.
Eu não sabia então que a flor estava tão perto de mim
Que ela era minha, e que essa perfeita doçura
Tinha desabrochado no fundo do meu coração.
*Tagore*

sexta-feira, 8 de agosto de 2008

- Clarice Lispector-














As pessoas mais felizes não
têm as melhores coisas.
Elas sabem fazer o melhor das
oportunidades que aparecem
em seus caminhos.
A felicidade aparece para
aqueles que choram.
Para aqueles que se machucam.
Para aqueles que buscam
e tentam sempre."

quarta-feira, 30 de julho de 2008

Momentos Difíceis

Dizem que a noite é mais sombria um pouco antes do amanhecer e que o momento mais triste é quando sabemos que o amor acabou e não temos força para mata-lo.
Bom no meu caso o amor sempre foi só da minha parte. Não que ele não goste de mim, mas é muito mais difícil quando ele olha para mim e diz - te amo como uma irmã - essas palavras entram pelos meus ouvidos, descem pela minha garganta e ferem meu coração como uma navalha cortando a carne.
É assim que me sinto como uma presa dilacerada e esquartejada nas garras de um predador e esse predador é você.
O único problema é que sou viciada em você e não consigo e não quero me desvencilhar de suas garras.

sábado, 26 de julho de 2008

Não sou um poeta

Não sou um poeta
O que escrevo não pode receber o nome de poesia
É simplesmente inexplicável,eu mesmo não sei o que é,
Como as paixões que eu nem me atrevo a entender.
Na verdade não consigo entender nem a mim mesmo.
Não consigo entender o mundo e nem as pessoas é tudo tão complexo.
Só existe uma coisa que gostaria de entender mais do que isso tudo.
Gostaria de entender o seu olhar e a profunda inquietude na qual ele deixa meu coração,
Se eu compreendesse isso talvez eu pudesse, pelo menos, dormir em paz.

quinta-feira, 24 de julho de 2008

Gota d'água Chico Buarque


Já lhe dei meu corpo, minha alegria
Já estanquei meu sangue quando fervia
Olha a voz que me resta
Olha a veia que salta
Olha a gota que falta pro desfecho da festa
Por favor
Deixe em paz meu coração
Que ele é um pote até aqui de mágoa
E qualquer desatenção, faça não
Pode ser a gota d'água
Deixe em paz meu coração
Que ele é um pote até aqui de mágoa
E qualquer desatenção, faça não
Pode ser a gota d'água
Já lhe dei meu corpo, minha alegria
Já estanquei meu sangue quando fervia
Olha a voz que me resta
Olha a veia que salta
Olha a gota que falta pro desfecho da festa
Por favor
Deixe em paz meu coração
Que ele é um pote até aqui de mágoa
E qualquer desatenção, faça não
Pode ser a gota d'água
Pode ser a gota d'água
Pode ser a gota d'água

quarta-feira, 23 de julho de 2008

Migalhas de pão

Como posso me conformar com migalhas de pão,
pois nunca fui mulher de me conformar com migalhas de pão,
mas depois que te conheci tudo mudou.
O que sinto por você é tão forte que eu perco minha razão,
não consigo pensar em outra coisa que não seja você.
Meus amigo me alertam, dizem que devo agir,
falar o que estou sentindo para você,
que você esta se aproveitando dos meus sentimentos,
mas eu não me importo.
Apesar de mi sentir uma covarde por não assumir que te amo,
de não ter coragem de dizer o que sinto.
Como posso ser tão covarde,
mas o meu medo de te perder é maior.
É esse medo que me faz aceitar tudo o que você faz com o meu coração.
Queria ter a coragem de te olhar nos olhos e gritar bem alto;
- Não quero mas suas migalhas!!!
- Eu quero o seu coração, e nada menos do que isso!!!

terça-feira, 22 de julho de 2008

Poema Enjoadinho Vinícius de Moraes


Filhos... Filhos?
Melhor não tê-los!
Mas se não os temos
Como sabê-lo?
Se não os temos
Que de consulta
Quanto silêncio
Como os queremos!
Banho de mar
Diz que é um porrete...
Cônjuge voa
Transpõe o espaço
Engole água
Fica salgada
Se iodifica
Depois, que boa
Que morenaço
Que a esposa fica!
Resultado: filho.
E então começa
A aporrinhação:
Cocô está branco
Cocô está preto
Bebe amoníaco
Comeu botão.
Filhos? Filhos
Melhor não tê-los
Noites de insônia
Cãs prematuras
Prantos convulsos
Meu Deus, salvai-o!
Filhos são o demo
Melhor não tê-los...
Mas se não os temos
Como sabê-los?
Como saber
Que macieza
Nos seus cabelos
Que cheiro morno
Na sua carne
Que gosto doce
Na sua boca!
Chupam gilete
Bebem shampoo
Ateiam fogo
No quarteirão
Porém, que coisa
Que coisa louca
Que coisa linda
Que os filhos são!

O texto acima foi extraído do livro "Antologia Poética", Editora do Autor - Rio de Janeiro, 1960, pág. 195.

segunda-feira, 21 de julho de 2008

TARDE DE MAIO Carlos Drummond

Como esses primitivos que carregam por toda parte o maxilar inferior de
|seus mortos,
assim te levo comigo, tarde de maio,
quando, ao rubor dos incêndios que consumiam a terra,
outra chama, não-perceptível, e tão mais devastadora,
surdamente lavrava sob meus traços cômicos,
e uma a uma, disjecta membra, deixava ainda palpitantes
e condenadas, no solo ardente, porções de minh'alma
nunca antes nem nunca mais aferidas em sua nobreza
sem fruto.

Mas os primitivos imploram à relíquia saúde e chuva,
colheita, fim do inimigo, não sei que portentos.
Eu nada te peço a ti, tarde de maio,
senão que continues, no tempo e fora dele, irreversível,
sinal de derrota que se vai consumindo a ponto de
converter-se em sinal de beleza no rosto de alguém
que, precisamente, volve o rosto, e passa…
Outono é a estação em que ocorrem tais crises,
e em maio, tantas vezes, morremos.

Para renascer, eu sei, numa fictícia primavera,
já então espectrais sob o aveludado da casca,
trazendo na sombra a aderência das resinas fúnebres
com que nos ungiram, e nas vestes a poeira do carro
fúnebre, tarde de maio, em que desaparecemos,
sem que ninguém, o amor inclusive, pusesse reparo.
E os que o vissem não saberiam dizer: se era um préstito
lutuoso, arrastado, poeirento, ou um desfile carnavalesco.
Nem houve testemunha.

Não há nunca testemunhas. Há desatentos. Curiosos, muitos.
Quem reconhece o drama, quando se precipita, sem máscara?
Se morro de amor, todos o ignoram
e negam. O próprio amor se desconhece e maltrata.
O próprio amor se esconde, ao jeito dos bichos caçados;
não está certo de ser amor, há tanto lavou a memória
das impurezas de barro e folha em que repousava. E resta,
perdida no ar, por que melhor se conserve,
uma particular tristeza, a imprimir seu selo nas nuvens.

domingo, 20 de julho de 2008

O que falar sobre os olhos

O que falar sobre os olhos do ser amado, me parece que tudo já foi dito pelos poetas.
Mesmo assim quando estou em frente aos seus olhos, fico pensando o quanto ainda falta falar sobre esses olhos.
Esses olhos que surgiram em minha vida de forma tão especial, me mostrando que ainda era possível amar. Através de seus olhos pude contemplar sua alma, ver o quanto ela é límpida, sensível e sábia. Vi o Universo, vi os oceanos e onde tudo começou. Vi minha alma refletida nos seus olhos e percebi que ainda sou capaz de amar e o quanto te amo.
Só uma coisa me deixa triste à frente de seus olhos, a certeza de que ao olhar para os meus olhos ele não sinta o mesmo que eu estou sentindo.

sábado, 19 de julho de 2008

Exposição


Neste exato momento começa a minha exposição, começo a expor meus sentimentos, meus pensamentos.
Expor minha alma, minha calma.
Que nem sempre é clara, como uma dose de aguardente, mas é ardente como um carvão em brasa.

sexta-feira, 18 de julho de 2008

Antes de Amar-te...


Antes de amar-te, amor, nada era meu
Vacilei pelas ruas e as coisas:
Nada contava nem tinha nome:
O mundo era do ar que esperava.
E conheci salões cinzentos,
Túneis habitados pela lua,
Hangares cruéis que se despediam,
Perguntas que insistiam na areia.
Tudo estava vazio, morto e mudo,
Caído, abandonado e decaído,
Tudo era inalienavelmente alheio,
Tudo era dos outros e de ninguém,
Até que tua beleza e tua pobreza
De dádivas encheram o outono.
Pablo Neruda

quinta-feira, 17 de julho de 2008

Coisas que eu gosto

Amar,

Meu filho,

Minha mãe,

Meu irmão,

Beijar na boca,

Fazer sexo,

História,

Política,

Carinho,

Estudar,

Ler,

Saber,

Wicca,

Tarot,

Amigos,

Companheiros,

Estar apaixonada,

Miguel Pereira,

Viajar,

Acampar,

Sorvete de chocolate,

Musse de chocolate,

Kibão,

Pizza,

Cerveja,

Lua,

Sol,

Praia,

Mar,

Floresta,

Pisar descalça na terra,

Ficar nua,

Fazer coisas novas,

Militância,

Rir,

Fazer amigos,

Ser surpreendida,

Ficar por cima,

Ficar por baixo,

Ser dominada,

Dominar,

Dançar.