quinta-feira, 10 de março de 2011

Cora Coralina

“Humildade

Senhor, fazei com que eu aceite
minha pobreza tal como sempre foi.

Que não sinta o que não tenho.
Não lamente o que podia ter
e se perdeu por caminhos errados
e nunca mais voltou.

Dai, Senhor, que minha humildade
seja como a chuva desejada
caindo mansa,
longa noite escura
numa terra sedenta
e num telhado velho.

Que eu possa agradecer a Vós,
minha cama estreita,
minhas coisinhas pobres,
minha casa de chão,
pedras e tábuas remontadas.
E ter sempre um feixe de lenha
debaixo do meu fogão de taipa,
e acender, eu mesma,
o fogo alegre da minha casa
na manhã de um novo dia que começa.”


Um comentário:

mentoresdeluz.blogspot.com disse...

CÓRA CORALINA,A MESTRA AMADA EM POESIA,QUE COISAS LINDAS ELA SEMPRE ESCREVEU COM ESTA SIMPLICIDADE QUE SÓ ELA SEMPRE TEVE,UM ABRAÇO PARABENS POR TÃO LINDA POST,,
MARLENE