domingo, 5 de dezembro de 2010

Memória


    Amar o perdido
    deixa confundido
    este coração.

    Nada pode o olvido
    contra o sem sentido
    apelo do Não.

    As coisas tangíveis
    tornam-se insensíveis
    à palma da mão

    Mas as coisas findas
    muito mais que lindas,
    essas ficarão.

    Carlos Drummond de Andrade

3 comentários:

F@bio Roch@ disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
F@bio Roch@ disse...

Gosto muito desse poema, até ouço uma melodia quando leio...DRUMMOND é mesmo o maior!!!

BRAVO!!!!!!!!!!!!!

BEIJO

F@bio Roch@ disse...

DEIXO AQUI:

"As sem-razões do amor

Eu te amo porque te amo,
Não precisas ser amante,
e nem sempre sabes sê-lo.
Eu te amo porque te amo.
Amor é estado de graça
e com amor não se paga.

Amor é dado de graça,
é semeado no vento,
na cachoeira, no eclipse.
Amor foge a dicionários
e a regulamentos vários.

Eu te amo porque não amo
bastante ou demais a mim.
Porque amor não se troca,
não se conjuga nem se ama.
Porque amor é amor a nada,
feliz e forte em si mesmo.

Amor é primo da morte,
e da morte vencedor,
por mais que o matem (e matam)
a cada instante de amor."

(Carlos Drummond de Andrade)